sábado, 12 de maio de 2012

A fase Guterres de Passos Coelho


Um dia, durante a sua governação, António Guterres deve ter descoberto que todas as suas boas intenções esbarravam na natureza da sociedade, na tendência que tinha para a imobilidade. Deve ter vislumbrado que a sua paixão pela educação era estéril e a salvação da pátria não viria por ali. Passos Coelho também chegou cheio de ideias transformadoras da comunidade indígena. Com ele, seríamos uma pátria de empreendedores. As contínuas declarações sobre o desemprego como oportunidade e o mantra do empreendedorismo são a constatação, já um pouco desesperada, que a realidade é outra coisa, e que o mundo não se move em conformidade com os nossos vácuos desejos. Chegou ao seu momento Guterres. A diferença é que Guterres era muito inteligente e, em breve, se aprestou a deixar a governação e emigrar para outras paragens. E, como Passos Coelho tão bem sabe, emigrar é uma óptima iniciativa.

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