terça-feira, 10 de julho de 2012

O paradigma dominante

Juan Antoni Toledo - Paradigma (1983)

Eu sei que Thomas S. Kuhn não tem culpa dos usos mais ou menos descabidos que fazem do seu conceito de paradigma. Não há cão nem gato que não fale de paradigmas. Vou permitir-me adicionar mais um desses usos. Esta notícia mostra que a Europa se está adequar rapidamente ao paradigma dominante. Não são apenas crianças portuguesas que emigram para trabalhar. Esse é apenas um aspecto do problema, embora muito importante. O outro é o destino dessa emigração infantil, a União Europeia. Não, as crianças não estão a emigrar para a China. Ora isto torna patente que as políticas europeias estão a conseguir alcançar os seus objectivos. Ser um espaço de civilização tornou-se, após as revoluções de 89 do século passado e a expansão da religiosidade liberal, um paradigma desadequado, melhor tornou-se um paradigma desajustado. Portugal vai na vanguarda do ajustamento à barbárie dominante, mas a própria Europa não se faz rogada e está desejosa de chegar à China. Quem disse que o trabalho infantil não é símbolo de modernidade?

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