quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Um fundo sem fundo

Alexander Mikhailovich - Composição n.º 99 (1920)

Um texto de 2007 para os dias que correm.

Ter um pensamento profundo é não ter pensamento algum. Agarramo-nos à sensatez da razão, mas isso é apenas a máscara do nosso desespero, a recusa da vertigem, a negação do saber que reside no fundo de cada um, bem junto aos intestinos: sob o frágil tabuado da razão está um poço sem fundo. É nesse poço que, nos pesadelos nocturnos, sentimos que estamos a cair, a cair por toda a eternidade. Como nos sonhos, também acordados nos certificamos que esse fundo sem fundo é apenas a sombra de um sonho. Não é. (averomundo, 2007/10/10)

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