quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Uma triste campanha

Henri Matisse - The Sorrows of the King (1952)

Consta que vai haver eleições presidenciais. E este constar diz tudo sobre essas eleições. Uma triste campanha. Não sei quantas personalidades, mais ou menos exóticas - e todas elas têm o seu quê de exotismo -, percorrem o país para cumprir os mínimos exigidos a quem se candidata. Falta-lhes o fôlego, a emoção, a convicção. Aos cidadãos, falta-lhes a paciência. Há uma coisa, porém, que é preciso dizer sobre esta real desvalorização da eleição presidencial. Ela deve-se à esquerda. Esta, enredada em múltiplos e diferenciados cálculos partidários, esqueceu-se, depois da recusa de António Guterres, de encontrar um candidato sólido e com pretensões vencedoras. Trocou-o por um desfile de personalidades cuja função é fazer propaganda ao partido ou marcar a posição da facção. Julgo que Cristo não precisa de descer à terra para tudo ficar consumado à primeira volta. Mais uma vez, a esquerda entrega sem combate a presidência à direita. Depois não se queixe.

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