sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Este país não é para novos

Fotografia de Ana Baião e Expresso

Esta fotografia é o resumo do problema e um hino ao ridículo. O famoso título do filme, dos irmãos Coen, e do livro, de Cormac McCarthy, Este país não é para velhos, não se aplica a Portugal. Depois do abandono de Passos Coelho da liderança do PSD, o lugar é disputado por gente da minha idade. Tanto Rui Rio como Santana Lopes são já sessentões, com uma longa carreira política. Têm o mérito da coragem. Disputam o lugar em tempos difíceis, onde a esquerda, apesar dos enguiços dos últimos tempos, tem ainda na mão a vitória nas próximas legislativas. Basta que a economia continue a correr como tem corrido até aqui e não venha nova catástrofe que ponha a nu a fragilidade das instituições e do país. No entanto, esse mérito não nos deve cegar.

O país – e quando falo de país, falo dos cidadãos, sejam de direita, de esquerda ou de coisa nenhuma – precisa de ideias novas e não de ideias recicladas. Precisa de gente que olhe a realidade tal como ela é e não de candidatos fortemente formatados pelas práticas políticas habituais e  pelas regras correntes do jogo do poder. Ser novo não é garantia, mas representaria uma promessa e uma expectativa. É verdade que, tanto no CDS como no BE, são gerações mais novas que ocupam os lugares de direcção, mas esses partidos são minoritários. Os grandes partidos precisam de gente nova. O PSD, talvez devido ao cálculo das possibilidades dos jovens candidatos a falcões (um falcão que calcula tanto não passa de uma pomba com pretensões a falcão), perdeu para já a oportunidade de se renovar e e contribuir para a renovação política do país. Na verdade, também no PSD se pensa que este país não é para novos.

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