sábado, 28 de julho de 2018

Robles e a especulação

A questão Ricardo Robles é particularmente interessante, pois mostra que qualquer pessoa, mesmo do BE, sempre que pretende vender um bem, acredita nos mercados. O mercado é o sítio onde se forma um preço através de um acordo livre. Se o vereador do BE quer vender o prédio por 5 milhões de euros e ninguém lhos der, então o prédio não vale 5 milhões de euros. Se alguém estiver disposto a dar-lhe 10 milhões, então o prédio vale 10 milhões. Se ele achar que 10 milhões é pouco, é livre de não vender. O problema todo é que certa esquerda - como o BE - utiliza a palavra especulação a torto e a direito, incluindo no mesmo saco coisas que são ilegítimas e coisas que são absolutamente legítimas e que resultam da liberdade dos indivíduos. Há uma coisa que é muito difícil de explicar quando se usa desenfreadamente a palavra especulação. Se uma pessoa é dona legal (sublinho a legalidade) de um bem, se o pretende vender por um certo preço que implica ganho de enormes mais-valias, se há alguém disposto a pagar esse preço, por que razão deveria a pessoa vender o bem por um preço muito abaixo? Se há uma lição que essa esquerda deveria tirar do caso Robles é que a palavra especulação deve ser usada com muito maior rigor e parcimónia em vez de ser uma arma que se dispara tanto contra negociatas ilegítimas como contra o normal funcionamento da economia.

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