quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Sonhos numa noite de Verão 7

Kees Scherer, Amsterdam, 1951-1956

Era tanto o calor que, durante o passeio nocturno, me sentei no banco do velho jardim. O corpo, submetido à inclemência do Verão, parecia incapaz de suportar o peso e, contra o que era o hábito, as pálpebras queriam acrescentar escuridão à escuridão da noite. Nem a iluminação pública impediu que inclinasse a cabeça nas costas do banco e adormecesse. Quando acordei, estava regelado e noite escura cobria-se de neve. Árvores e arbustos tinham perdido o folhedo e o Inverno descia impiedoso sobre os meus ombros. Se sonhei, não retive o sonho. 

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.