sexta-feira, 10 de maio de 2019

A vitória de António Costa

Carlos de Haes, Paisaje con ruinas, 1871

Deu-se hoje o desenlace do drama da recuperação do tempo de serviços dos professores. António Costa e o governo saem completamente vitoriosos. Destroçaram a oposição de direita, obrigaram os seus aliados parlamentares a ajoelhar e recolheram uma enorme propaganda nacional e internacional. Pelo chão deixaram, para gáudio da plebe que agora vitoria os vencedores, um corpo docente moribundo, ajoujado a uma derrota humilhante, massacrado pela opinião publicada e afrontado pela opinião pública.

António Costa não agiu por ódio aos professores, como muitos destes pensam, e não agiu apenas por questões orçamentais e cálculo político, embora também o tivesse feito. Agiu de acordo com a convicção que existe nos partidos do arco da governação sobre o papel da educação pública nas sociedades actuais. Os alunos que existem na escola pública contam pouco e não se justifica aquilo que custam em ordenados dos professores. O ataque não foi contra os professores, como estes pensam. Foi contra os alunos que precisam do ensino público. Se os professores não acreditam, então estudem os célebres decretos-lei 54 e 55, ambos de 2018. A ideia de uma educação pública de grande qualidade não passa de uma velha ruína.

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