segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Pretérito Imperfeito 3. Destino

Fernando Lerín, Sem título, 1998

3. Destino

Da perfeição do destino,
da obscura solidão,
da cadência das estrelas
a cintilar à luz das velas,
ninguém te fala.

Retiveram as palavras,
as águas do Outono,
a sombra do castelo
coberta de pedra
no vazio de Santa Maria.

Deus, cansado de luas,
deu-nos uma terra
e partiu em jangada
de areia e névoa
para o silo do silêncio.

[Pretérito Imperfeito, 1981]

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