tag:blogger.com,1999:blog-1933419496912005101.post9044139753384114580..comments2021-07-25T17:06:57.167+01:00Comments on Kyrie Eleison: A douta ignorânciaJorge Carreira Maiahttp://www.blogger.com/profile/09954567003274461455noreply@blogger.comBlogger6125tag:blogger.com,1999:blog-1933419496912005101.post-31350440014469769702014-01-04T18:32:23.342+00:002014-01-04T18:32:23.342+00:00Talvez a questão não seja a da corrupção do saber ...Talvez a questão não seja a da corrupção do saber pelo poder. Talvez o saber seja uma parte central do próprio poder, e este é o lugar do mal. Há a ideia do que o saber é libertador, mas essa ideia é, no mínimo, incompleta. O saber é libertador no sentido que aumenta o poder do indivíduo, mas não o desliga da relação de dominação.<br /><br />AbraçoJorge Carreira Maiahttps://www.blogger.com/profile/09954567003274461455noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1933419496912005101.post-34889838952367344982014-01-04T18:04:29.645+00:002014-01-04T18:04:29.645+00:00Depois de ter apre(e)ndido aqui o que me foi possí...Depois de ter apre(e)ndido aqui o que me foi possível. Apenas me atrevo a comentar que o saber, verdadeiro ou falso, sempre que chega ao poder, deixa-se "corromper".<br /><br />Um abraçojrdhttps://www.blogger.com/profile/11081203322109966921noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1933419496912005101.post-8717904491953080362014-01-04T10:23:36.088+00:002014-01-04T10:23:36.088+00:00Ó se somos, até nem merecemos tanta sorte, tanto d...Ó se somos, até nem merecemos tanta sorte, tanto desvelo, tanto cuidado do senhor primeiro-ministro. Então não merecíamos ser atirados aos cães? Quem manda as pessoas envelhecer? Quem manda as pessoas entregar a vida ao serviço público? Tudo isso é uma conspiração contra a juventude empreendedora, contra a vida, contra aqueles que querem salvar a pátria. Aos cães, aos cães, ouve-se já, mas o PPC é bondoso. Ufa, que sorte.Jorge Carreira Maiahttps://www.blogger.com/profile/09954567003274461455noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1933419496912005101.post-59084150051563004902014-01-04T01:50:45.810+00:002014-01-04T01:50:45.810+00:00Isto dá gosto ler o que pensa gente inteligente......Isto dá gosto ler o que pensa gente inteligente... <br /><br />Mas, se me permitem o conselho, para que pessoas como os nossos dirigentes vos percebam, deveriam simplificar a vossa linguagem. Reduzir isso tudo a um ou dois sounbites, mais do que isso a memória deles não retém e o raciocínio não alcança. Por isso, se faz favor, para a próxima tudo muito simples, palavrinhas recalibradas.<br /><br />E, quanto a isso do poder e da ignorância e auto-ignorância, temos é que agradecer aos céus por o nosso Primeiro e o seu Vice ainda não usarem os métodos do Kim Jong-un, ou seja, ainda não atirarem os funcionários públicos e aos reformados e pensionistas aos cães como ele fez ao tio. Não somos mas é uns sortudos?<br />Um Jeito Mansohttps://www.blogger.com/profile/07972211819998630794noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1933419496912005101.post-28085456655694845702014-01-03T23:34:43.175+00:002014-01-03T23:34:43.175+00:00Há sempre uma relação entre poder e saber. O saber...Há sempre uma relação entre poder e saber. O saber é parte constitutiva do poder (mesmo nas ciências naturais há uma conexão muito grande com o poder, e o poder político actual funda-se, em grande parte, nelas (basta ver a relação entre a tecnologia e a ordem militar e policial); mas referia-me no texto a saberes menos "duros"). Ora aquilo que me parece interessante é que esse grau de saber - a que corresponderia um estatuto epistémico da ordem da verosimilhança (estatuto adequado ao exercício da acção política, e que seria de ordem ideológica) - se está a tornar demasiado volátil, devido à grande instabilidade em que se vive. <br /><br />A douta ignorância das partes era ainda uma proposta de estratégia de salvação do poder (na sua vertente constitucional, claro). A cegueira perante a auto-ignorância de cada uma das partes está a minar os seus próprios projectos de poder. A coisa até é bastante simples: a maioria actual caminha para a perdição; o PS não caminha para a glória; o PCP e o BE, para além de um aumento de percentagem nas sondagens, nada têm que lhes permita afirmar poder e vitória. Os saberes mobilizados por cada uma das partes parecem-me completamente impotentes para os seus projectos de poder. <br /><br />No meu texto, não há qualquer intenção de aproximação a situações neutras e imparciais (rawlsianas ou outras). A douta ignorância refere-se mesmo ao reconhecimento da ignorância sobre aquilo que poderá fundamentar e sustentar, no momento actual, os projectos de poder. Este colapso dos saberes fundantes do poder (da verosimilhança ideológica) poderá conduzir a um colapso do consenso necessário à existência do conflito político e dos diversos projectos de poder num quadro constitucional. <br /><br />Há ainda uma outra questão que se prende com este problema do consenso e da douta ignorância, mas que estava fora do alcance do meu texto, embora se possa estabelecer a ligação. O consenso estabelecido nos anos 70/80 teve uma natureza positiva, foi construído a partir daquilo que, em comum, poderia ser querido. O que precisamos (pois mais não parece possível), hoje em dia, é um consenso sobre aquilo que não queremos, um consenso negativo. Negativo pois está assente na douta ignorância sobre o que se deseja (há todo um problema sobre o que está ou não disponível no campo dos objectos de desejo social), restando um compromisso possível sobre o indesejável.Jorge Carreira Maiahttps://www.blogger.com/profile/09954567003274461455noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1933419496912005101.post-89161844410987234472014-01-03T22:40:15.677+00:002014-01-03T22:40:15.677+00:00Mas como pensar na douta ignorância a respeito da ...Mas como pensar na douta ignorância a respeito da política? Essa sábia ignorância, visando a busca da verdade, tem na sua base, uma motivação epistémica, ainda que se trate de questões morais ou políticas (o bem, a justiça). Acontece que na arena política não é a verdade que está em jogo, mas o poder. Tanto o poder como instituição como a vontade de poder. Pedir aos políticos esse exercício de distanciamento e imparcialidade epistémica é como pedir a um leão esfomeado para pensar imparcial e como entidade puramente racional nos louváveis interesses da gazela. Mesmo pensando em Rawls, não é difícil dar-lhe razão com os seus exercícios com o véu da ignorância e a posição original. Mas com a acção política tudo se esvai. As ideologias e os interesses parciais logo se sobrepõem à pura racionalidade.José Ricardo Costahttps://www.blogger.com/profile/06922029994083477552noreply@blogger.com