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Ilse Bing, Cancan Dancers, Moulin Rouge, 1931 |
Não poucas vezes, uma fotografia mostra-nos o ridículo que habitava no passado. As que mais sofrem são aquelas que pretendem celebrar um momento, um modo de vida, ou dar testemunho da época. Para essas, o tempo age sem piedade. Quanto mais ele passa, tanto pior se torna a realidade que foi retida para a eternidade mortal da vida humana. Contrariamente ao que se pensa, o passado não é imutável. Ele muda continuamente, arrastado pela voragem do tempo, tornando-se cada vez mais estranho, mais fastidioso, mais ridículo.
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