domingo, 19 de agosto de 2018

Alma Pátria - 44: Carlos do Carmo - Por morrer uma andorinha





Talvez em 1973, ano em que foi editado o álbum Por Morrer uma Andorinha, as mágoas de amor já não bastavam para alimentar o fado. Na alma da pátria, nesses tempos, alguma coisa estava em acelerada mutação. A fixação no passado é substituída por uma abertura ao presente e ao futuro. Não sem abuso, poder-se-ia ver neste fado uma alegoria à situação política. O desengano amoroso como metáfora do marcelismo e da sua invernosa primavera. Em 1973, o país não o sabia claramente, mas já toda a gente estava cansada do passado, amoroso (uma metáfora dos costumes) ou político, e tudo se encaminhava, em passo apressado, para um novo rumo. Por morrer uma andorinha não acaba a Primavera.

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