domingo, 20 de outubro de 2019

Portugal, um país a dissolver-se

Daqui
O retrato de Portugal, baseado num conjunto diversificado de estatísticas do Pordata, não é animador. Envelhecido, média de idade das mães no momento do nascimento do primeiro filho e média de filhos por mulher muito pouco animadoras, poucas habilitações literárias, com grandes gastos em saúde (5,4% do rendimento familiar contra 0,4% da média europeia). Vale a pena ver os resultados, alguns são inusitados como Portugal, um país com crónica falta de médicos, ser o terceiro país da União Europeia com mais médicos. Também a instituição casamento já teve melhores dias, pois 54,9% das crianças nasce fora do casamento. Há coisas positivas com o baixo índice de mortalidade infantil, por exemplo. Seja como for, tendo em conta os dados, Portugal parece estar lentamente a desistir de si próprio, num haraquíri silencioso. Ora o principal problema político de uma comunidade é assegurar a sua persistência no tempo, a sua continuidade. Todos os outro problemas - onde se incluem o da justiça distributiva - estão, ou devem estar, subordinados a esse. É incompreensível como esse não é um dos temas centrais do debate político. Um país a dissolver-se.

4 comentários:

  1. Tadinho,do kyrieleison ! Tão timorato !
    Quem tem medo compra um cão! !!

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  2. Um país a dissolver-se sem efervescência.

    Um abraço

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    Respostas
    1. Sem efervescência, o que deve estar em continuidade com os brandos costumes.

      Abraço

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  3. Portugal (como significante do colectivo humano que o caracteriza) é um hikikomori fascinado pelo próprio umbigo.

    Este ensimesmamento permanente garantirá um lugar na linha da frente dos salpicos quando o excremento atingir a ventoinha.

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