Peixoto Alves (Sport Lisboa e Benfica) |
Começa hoje a Volta a Portugal em bicicleta. É um assunto que há muito que não me interessa. No entanto, não deixo de ter uma certa admiração pelos ciclistas e pela própria competição. Na infância, adolescência e primeira juventude tinha um amplo interesse pelo desporto - não como praticante, diga-se - nas suas diversas modalidades. O ciclismo tinha o condão de prolongar a rivalidade futebolística durante as férias. As épicas lutas entre Benfica e Sporting transferiam-se dos estádios para as estradas, embora o Porto tivesse aí uma força que não tinha, naqueles dias, no futebol. Como em todo o resto, também no ciclismo Portugal era um país anacrónico. Há muito que por essa Europa fora as equipas de ciclismo eram marcas - coisas como a BIC ou a KAS - e não clubes. Em Portugal, quase não havia marcas (lembro-me, porém, da Ambar e da Coelima) e os clubes imperavam. Benfica, Sporting, Porto, etc. A minha primeira memória definida da Volta a Portugal é a da vitória de Peixoto Alves em 1965. Talvez por ser o triunfo de um corredor do Benfica. Por vezes, levado pelo meu pai, ia ver a Volta passar. Era uma excitação, embora o espectáculo fosse demasiado rápido para merecer a deslocação. Hoje não quero ir ver os ciclistas, mas guardo uma boa memória desses tempos de um ciclismo fruste, mas heróico, em que havia relatos épicos das etapas da Serra da Estrela.
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