![]() |
Gertrude Käsebier, Blossom Day, 1904-05 |
Há memórias pessoais feitas de restos de vida, de vestígios dos desejos consumados, de signos de esperança, de dores ou desgostos do passado. Persistem e tornam-se memórias para dar a cada um a certeza da sua incerta identidade. Outras há, porém, que não têm o papel de certificar quem se é, mas de fundar uma identidade. Uma mulher passeia com o filho ao colo pelos campos, tal como teria passeado a Virgem com o Menino. Esta memória vinda na tradição não nos dá certeza alguma sobre nós. Abre o caminho por onde caminhamos sustentados pela persistência de memórias que não sendo nossas, se tornaram nossas ao serem o modelo que permite caminhar sem nos perdermos nos acidentes de cada dia.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.