sexta-feira, 13 de maio de 2022

O progresso moral da humanidade (6)

Frank Horvat, Beggar, Calcutta, India, 1953
Por mais que se especule, e não faltam especulações de múltiplas cores, nunca se sabe se a queda na mendicidade se deve a uma falência pessoal ou a uma estrutura social produtora de exclusões. A presença do mendigo e o gesto interpelativo de estender a mão a quem passa são um desafio não a apenas à benevolência de quem é interpelado, mas, antes de mais, à ideia de um progresso moral da nossa espécie. A figura de quem suplica auxílio, independente das razões, nunca deixa de surgir à razão interpelada como um contra-exemplo poderoso à condescendência moral do homem moderno.

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