terça-feira, 28 de abril de 2020

A risibilidade no poder

Edvard Munch, Junto al lecho de muerte, 1895
Há muito que não se via no palco da política um espectáculo tão confrangedor como aquele que é posto em cena por Jair Bolsonaro, no Brasil, e Donald Trump, nos EUA. Por norma, aqueles que ocupam as mais altas magistraturas das nações tentam ostentar, mesmo se pouco dotados, a gravitas que deve ser a marca do homem de Estado. Bolsonaro e Trump não querem saber da gravitas para nada. Intuíram desde o início que tentar ostentá-la era-lhes impossível, não estava de acordo com a sua natureza. Mostram-se ridículos, com declarações ridículas, com posições risíveis. Isso trouxe-lhes uma vantagem. Aparentam autenticidade e uma aproximação a uma parte substancial do eleitorado que os vê como pessoas comuns, que se ri com as suas facécias e até está disposta a seguir as suas sugestões, por mais inverosímeis ou perigosas que sejam. Resta saber até onde os eleitorados destes países estão dispostos a suportar a perigosa comédia em que vivem. Resta saber, também, até que ponto os europeus - onde se incluem os portugueses - estão dispostos a evitar que facetos desta estirpe cheguem ao poder e nos mergulhem no caos e na dor que descobrimos no Brasil e nos EUA.

4 comentários:

  1. Isto aqui está um inferno. O gado -- que é como chamamos os eleitores e defensores do Bozo -- parece mais irredutível que nunca.

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    1. Imagino que não seja fácil de suportar o que acontece por aí.

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  2. Dois cabotinos que retratam bem o que é a estupidez dos homens.

    Um abraço

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    1. Embora nenhuma hora seja boa para ter no comando gente desta, esta foi das piores, senão a pior.

      Abraço

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