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Theodor and Oskar Hofmeister, Apfelernte, 1898 |
Haverá ainda quem colha maçãs, talvez verdadeiros exércitos que invadem os pomares e num ritmo frenético roubam, com a ríspida desfaçatez da ignorância, o fruto à árvore a que pertence. Contudo, a memória que persiste no fundo do homem pertence a uma outra realidade. Um gesto lento, quase um rito sacrificial, desprende a maçã da macieira, para a depositar no cesto que a levará ao mercado e à mesa. Na colheita do fruto, manifesta-se um cuidado ancestral com a árvore que o trouxe à existência, uma reverência pelo dom e um sinal de fraternidade ente a coisa colhida e quem a colhe.
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