terça-feira, 25 de novembro de 2025

Meditações melancólicas (97) Uma eleição

Carlo Carra, Gentiluomo Ubriaco, 1916
Não tarda, e temos de ir escolher o próximo Presidente da República. A eleição presidencial tornou-se, se não numa coisa dolorosa, pelo menos num acontecimento melancólico. Talvez se tenha imaginado que o cargo só deveria ser ocupado por um grande, mulher ou homem, que tivesse adquirido esse estatuto na vida política. E essa tem sido a regra, embora o actual Presidente já tenha sido eleito com pé e meio fora dessa regra. Contudo, ao olharmos os candidatos, entre altos e baixos, não se vislumbra um que, pela sua acção política, tenha meio pé dentro do círculo dos grandes deste país. São umas eleições tristonhas, com candidatos comprados nos saldos, em que não se vislumbra um em que apeteça votar. Muitos deles são esforçados, mas a quem falta pedigree, não aquele herdado por via da genética - isto não é uma Monarquia -, mas adquirido pelo combate pelo bem comum. Uma eleição entre valetes e arrivistas, em pleno e melancólico Inverno. O Inverno do nosso descontentamento. 

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