A questão Ricardo Robles é particularmente interessante,
pois mostra que qualquer pessoa, mesmo do BE, sempre que pretende vender um
bem, acredita nos mercados. O mercado é o sítio onde se forma um preço através
de um acordo livre. Se o vereador do BE quer vender o prédio por 5 milhões de
euros e ninguém lhos der, então o prédio não vale 5 milhões de euros. Se
alguém estiver disposto a dar-lhe 10 milhões, então o prédio vale 10 milhões.
Se ele achar que 10 milhões é pouco, é livre de não vender. O problema todo é
que certa esquerda - como o BE - utiliza a palavra especulação a torto e a
direito, incluindo no mesmo saco coisas que são ilegítimas e coisas que são
absolutamente legítimas e que resultam da liberdade dos indivíduos. Há uma
coisa que é muito difícil de explicar quando se usa desenfreadamente a palavra
especulação. Se uma pessoa é dona legal (sublinho a legalidade) de um bem, se o
pretende vender por um certo preço que implica ganho de enormes mais-valias, se
há alguém disposto a pagar esse preço, por que razão deveria a pessoa vender o
bem por um preço muito abaixo? Se há uma lição que essa esquerda deveria tirar
do caso Robles é que a palavra especulação deve ser usada com muito maior rigor
e parcimónia em vez de ser uma arma que se dispara tanto contra negociatas
ilegítimas como contra o normal funcionamento da economia.
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