Albert Bloch, Suicide, 1911 |
Parece
haver no Partido Comunista Português, nesta fase da sua existência, uma pulsão
suicidária desmedida. Depois de lhe ter sido aberta a porta para se tornar
parte de uma solução para o país, decidiu, em plena crise pandémica, sem que
alguém, a não ser os seus dirigentes e quadros, compreendesse a razão e a
pertinência, ajudar a derrubar o governo. Pagou, nas urnas, bem caro o gesto.
Não contente com isso, embrulhou-se com a invasão russa da Ucrânia, ficando
completamente isolado no país. Não apenas dos restantes partidos políticos, mas
do cidadão comum, que sente uma indignação moral profunda perante a decisão do
Kremlin. É verosímil que muitos dos que ainda votaram na CDU nas últimas
eleições se sintam perplexos. Como é possível, perguntarão. O problema para o
PCP é que a situação na Ucrânia é de tal modo chocante que dificilmente se lhe
perdoará a atitude, contrariamente ao que tem acontecido com as suas
posições sobre a Coreia do Norte, a Venezuela ou Cuba. Numa democracia liberal, cada um terá o direito a suicidar-se como bem entender.
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