Sebastião Salgado, Guatemala, 1978 |
Investida de uma ciência cujo nome há muito esqueceu, uma mulher está suspensa do postigo que a deixa olhar para fora de si. Não ouve os murmúrios que lhe atravessam o coração, não sente o frémito do tempo que lhe vibra nas veias. Olha e vê-se passar na rua décadas antes, quando tudo ainda era possível. No seu rosto há uma sombra de tristeza articulada por uma gramática de desconsolo. Vê-se no que foi e perdeu a fé naquilo em que se tornou.
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