sexta-feira, 29 de abril de 2022

A Garrafa Vazia 86

Francisco Farreras, Coudrage N.º 118, 1985

Recolho-me à terra calcinada,

as costas torcidas

pelo peso da penumbra.


A glória do fogo ateou

ondas de breu

no azedume das terras.

 

Fornalhas de morte habitam

nos sonhos de chumbo,

na fria fantasia das trevas.

 

Sou a sombra perdida

na incendiada

sonolência do entardecer.

 

Abril de 2022

 

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