Imagem obtida com IA da CANVA |
Ouço-as como se ouvisse chegar o verão,
seus inumeráveis dedos correm pelos dias
ou pelas noites com as águas dentro.
Eugénio de Andrade
De tudo o que se ouve, aquilo que mais longamente ressoa são as vozes que habitam por dentro da memória. São como pedras percutidas pelo labor do arqueólogo ou sombras nascidas pela inclinação das giestas num longo entardecer do Estio. Trazem consigo as noites e os dias que o tempo escondeu na caverna esconsa do passado, devolvem ao que foi a esperança de ainda vir a ser, como se essas vozes nascessem num mundo circular, onde tudo retornará vezes sem fim.
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