quinta-feira, 24 de junho de 2021

A Garrafa Vazia 63

Markus Luepertz, Abrigo I. Ditirámbico, 1972
Com o alicate do tempo,
aperto os dedos
até o sangue romper a pele.

Vejo-o cair, uma mancha
no chão,
uma sombra na crosta do dia.

Imploro ao tempo que pare,
a dor grita
nesse sangue que me foge.

E o tempo passa veloz, rindo-se
do pobre pescoço
preso ao furor do garrote.

Junho de 2021

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.