segunda-feira, 7 de junho de 2021

O progresso moral da humanidade (2)

John Gutmann, Artillery on Market Street, San Francisco, 1934
Durante anos, a espécie pode sentir-se feliz por se eximir aos trabalhos da guerra. O sangue enjoou-a, a dor tolheu-lhe o entusiasmo. Com o passar dos anos, a memória do horror dissolve-se, o enjoo passa e volta o velho entusiasmo de quem se extasia perante as marchas militares e o canto dos feitos de guerra. Exige então o sangue que em tempos a enjoara e o desejo de aniquilar o outro é o único que lhe parece ter sentido. A memória do mal é sempre um escudo precário para o desvario dos instintos.

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