A zanga do PSD. Decorreu mais um congresso do Chega, um partido político dirigido por um candidato a pastor evangélico. Consta que o espectáculo não foi edificante. O mais notável foi a zanga do PSD. Durante os dias de congresso, o PSD e Rui Rio foram bombos da festa. Como quem não se sente não é filho de boa gente, o PSD sentiu-se, zangou-se e não foi ao encerramento do congresso. Ora, o PSD anda tão embevecido com a nova maravilha que ainda não notou que o grande inimigo do Chega é o próprio PSD. O partido de Ventura não tem qualquer capacidade para penetrar no eleitorado de esquerda. Como o CDS é uma sombra fantasmática do que foi, resta ao Chega tentar devorar o PSD, para liquidar a direita democrática. Costa ri seráfico, mas o riso de Costa é tão idiota quanto a normalização do Chega empreendida pelo PSD.
Talvez esteja a acordar. Refiro-me ao Brasil. Depois de terem eleito Bolsonaro, um político completamente impreparado e que vive num universo paralelo, dominado pelas mais extraordinárias fantasias, os brasileiros começam a perceber o preço da brincadeira. A gestão da pandemia é apenas o caso mais notório de um descalabro com consequências nacionais e internacionais, devido ao peso que o Brasil tem no mundo, bem como a floresta da Amazónia, uma das vítimas do bolsonarismo.
Um problema para a Europa. Em breve, Angela Merkel abandonará o cargo de Chanceler. De todos os políticos democráticos do mundo ocidental, ela é a mais consistente, a mais estruturada, mas também a mais humilde e sóbria. Ela é, por outro lado, um exemplo de líder que acredita nos valores democráticos. Nunca tergiversou sobre eles, nunca se aliou com o diabo – isto é, a extrema-direita – por uma questão de poder. Nunca abandonou os princípios, mesmo quando isso poderia ter consequências para o seu poder. Aqueles que acreditam na democracia liberal e no projecto europeu vão ter muitas saudades da senhora Merkel.
eu não sei bem como cheguei até aqui, mas vou ficar.
ResponderEliminarGosto de tudo, mas acima de tudo, de haver quem ainda escreva em Blogs.
Talvez eu volte aos meus.
Obrigada pela variedade e pelos textos tão pertinentes.
Eu é que fico grato, e bem vinda. É verdade, escrever em blogues tornou-se anacrónico, mas ainda é um sítio que permite escrever textos que sejam textos.
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