Carlos de Haes, Paisaje con ruinas, 1871
Deu-se hoje o desenlace do drama da recuperação do tempo de
serviços dos professores. António Costa e o governo saem completamente
vitoriosos. Destroçaram a oposição de direita, obrigaram os seus aliados
parlamentares a ajoelhar e recolheram uma enorme propaganda nacional e
internacional. Pelo chão deixaram, para gáudio da plebe que agora vitoria os
vencedores, um corpo docente moribundo, ajoujado a uma derrota humilhante, massacrado pela opinião publicada e afrontado pela opinião pública.
António Costa não agiu por ódio aos professores, como muitos
destes pensam, e não agiu apenas por questões orçamentais e cálculo
político, embora também o tivesse feito. Agiu de acordo com a convicção que
existe nos partidos do arco da governação sobre o papel da educação pública nas
sociedades actuais. Os alunos que existem na escola pública contam pouco e não
se justifica aquilo que custam em ordenados dos professores. O ataque não foi
contra os professores, como estes pensam. Foi contra os alunos que precisam do
ensino público. Se os professores não acreditam, então estudem os célebres
decretos-lei 54 e 55, ambos de 2018. A ideia de uma educação pública de grande qualidade não passa de uma velha ruína.
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