Rui Rio e PSD. A vitória de Rui Rio nas eleições internas do PSD é o triunfo de uma visão moderada da política e da necessidade de estabelecer pontes com o outro lado. Uma parte da direita portuguesa, a exemplo do que acontece lá fora, está ansiosa por criar situações de grande polarização, em apostar numa lógica de amigos/inimigos, de nós ou eles. Nestas eleições, essa lógica saiu derrotada. É verdade que Paulo Rangel não é, nem de perto nem de longe, um político carismático. Se o fosse, talvez o resultado fosse outro. Pior para o país. A questão que fica é a de saber por quanto tempo o PSD resistirá à logica de polarização e ao lançamento do país numa onda de divisão e incomunicabilidade entre os actores políticos.
O BE e o Bloco Central. Catarina Martins anda preocupada com a possibilidade de António Costa, caso não consiga uma maioria absoluta, se entenda com o PSD de Rui Rio. Uma preocupação absurda porque tem todo o ar de ser uma falsa preocupação. Catarina Martins e o BE, assim como o PCP, tiveram na mão evitar essa aproximação. Ao chumbar o orçamento e dar oportunidade ao Presidente para dissolver a Assembleia, quebraram as pontes que existia entre o PS e os partidos à sua esquerda, colocaram-se fora das soluções possíveis. Tirando os militantes do BE, pouca gente haverá que leve a sério as preocupações da líder do BE.
Futebol. As acções das polícias e dos órgãos judiciais junto de uma série de clubes de futebol de primeira importância no país mostram aquilo que se sentia há muito. O mundo de futebol teria regras próprias e diferentes das regras que comandam o conjunto da sociedade. Parece que a Justiça acordou para esse problema. Veremos, porém, quem será mais forte. A ordem jurídica ou a irmandade do futebol?
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