Anónimo romano, Mosaico de Alejandro en Issos |
Dois mil anos. Seremos de
amanhã
As ruínas, traídos pelo voo
Do corvo, pelas árvores
cansadas
Do jardim. Haverá na forte seiva
Um fragmento do olhar, a voraz
célula
No cerne a morte tem anunciada.
Cardílio, de ti irmão sempre
serei
Na planície de pó, nas águas
rasas
Do Inverno, do rio para o mar
correm.
Será a aurora negra em cada dia
E na espuma das horas ouviremos
O lamento dos pássaros de
Apolo,
Belo na agonia próxima, ditoso,
Pois cedo estaremos a cantá-lo.
2007
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