terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

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Fernando Lemos, Coisas de Vidro, 1949 (Gulbenkian)

Escutámos este nome: as mónadas. Depois
imaginamo-las. Eram como o pólen
Fernando Guimarães

Esses nomes nascidos da pura fantasia, inventados num sonho onde se deambula pela antiga Grécia e se escutam aquelas palavras que chegaram até nós destituídas de som, apenas traços inscritos numa matéria do mundo, sinais de combate ao esquecimento, esses nomes florescem naqueles territórios onde os homens, pensando, deambulam à procura da sua casa, de um sinal que lhes permita antever, no turbilhão das coisas quotidianas, a perfeição do mundo que haveria de caber a quem pensa. Então, pegamos neles e plantamo-los no mais belo dos jardim, até que floresçam e atraiam o zumbido das abelhas que, extasiadas, colherão até ao último grão o pólen que há-de fazer nascer novos mundos.

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