Trincão Marques. O PS perdeu 1533 votos (diminui 7,7%)
e dois vereadores. Uma vitória risível, quase uma derrota de Trincão Marques?
Pelo contrário. A candidatura socialista tinha contra si 3 factores
importantes: 1. 32 anos de governação socialista cansam até o mais paciente dos
munícipes; 2. Havia, no concelho, um descontentamento significativo com a
governação da Câmara; 3. A crise nacional que atinge a esquerda, incluindo o
Partido Socialista. Estava na hora dos eleitores trocarem de orientação.
Trincão Marques conseguiu segurar parte suficiente do eleitorado para
conquistar a Câmara e dar a si mesmo um futuro, que pode ser longo, na
Presidência. Uma vitória maior do que parece.
Tiago Ferreira. A coligação PSD/CDS ganhou 3312 votos
(cresce 17,3%) e ganha dois vereadores. Uma derrota com sabor a vitória? Só em
aparência. Foi uma derrota dolorosa por dois motivos: 1. Perdeu por 83 votos;
2. Perdeu o tempo oportuno: o fim do consulado de Pedro Ferreira e o cansaço
dos eleitores era o momento ideal para trocar de cor na Presidência da Câmara.
Pode ter hipotecado no domingo a sua possibilidade de chegar um dia a
presidente.
André Ventura. Ganha 1925 votos (cresce 10,4%). O seu
objectivo era consolidar, no concelho, a sua imagem e a marca Chega. Parte dos
eleitores torrejanos estiveram mais interessados nisso do que no destino do município.
Ventura não irá, todavia, sentar-se nas reuniões da Câmara e ofereceu a
Presidência ao PS.
MPTN. Perdeu 2023 votos (diminui 11,9%) e o vereador. O movimento estava e
está escorado na figura de António Rodrigues. Sem o criador, a criatura definha
sem glória.
BE e CDU. Ambos perdem poucos votos e pouca
percentagem, mas já tinham, em 2021, poucos votos e pouca percentagem. Têm um
conflito com as aspirações do eleitorado. O seu discurso satisfaz muito os
militantes, mas, a cada dia que passa, afasta os eleitores. Apesar de Helena
Pinto ser politicamente muito competente, o partido onde está deixou de a
ajudar. A realidade social do concelho mudou, mas BE e CDU mantêm-se firmes no
passado.
Munícipes. Foram os grandes vitoriosos das eleições.
Livraram-se de um maioria absoluta e não caíram noutra. As maiorias
absolutas criam uma sobranceria nos
eleitos, que a certa altura pensam ser os donos dos votos e do concelho.
Trincão Marques tem uma dura tarefa pela frente, mas se for humilde, se se
dispuser a negociar com seriedade com as oposições poderá ajudar o concelho a
sair da madorra em que caiu. As oposições parecem compostas por pessoas com quem
se pode dialogar, de modo frutuoso, para bem de todos. A humildade é
fundamental, de todos os lados. Os munícipes agradecem.
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