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David Turnley, Man Reading Paper Through Magnifier, 1975 |
Em todo o autêntico leitor existe uma avidez pelo texto, um desejo de saber o que está escrito, como se no registo de um discurso estivesse inscrita uma verdade decisiva. Se o tempo desgasta os olhos, e estes, no cansaço trazido por tanta leitura, não se dispõem a revelar o segredo, então o intrépido leitor recorre à imaginação e encontra nela o dispositivo que lhe permite retomar o velho hábito. A lente amplia o texto e aquele que com avidez se entrega à leitura nem desconfia que com o crescimento das letras, também o conteúdo do texto pode sofrer inflação, e a verdade que ali residia tornar-se numa hipérbole que sacia o desejo, mas que a transforma em inconfessável falsificação.
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