Arnold Böcklin, Floresta Sagrada, 1882 |
Há na espécie humana uma inclinação para desencadear processos que depois não consegue controlar. As questões climáticas e o desaparecimento da floresta parecem já fazer parte desses casos onde o feitiço parece voltar-se inelutavelmente contra os feiticeiros. Faz parte dessa inclinação aquilo que se pode chamar a indústria da dúvida. O primeiro caso bem conhecido foi a estratégia usada pela indústria tabaqueira para lançar dúvidas sobre a relação entre o consumo de tabaco e o cancro de pulmões, depois o da indústria petrolífera acerca do aquecimento global. O mesmo se passa no caso das florestas. Aparecerá sempre alguém a lançar um conjunto de dúvidas sobre as evidências científicas. A partir daí, haverá legiões de militantes fanáticos a desvalorizar os perigos reais, mitigando-os ou mesmo tentando fazer crer que são falsos. Certamente que os rapanuios tiveram a percepção de que algo estaria mal na ilha, mas foram impotentes para travar o mal. A espécie humana no seu todo arrisca-se a ter o mesmo destino que os primeiros colonizadores da Ilha da Páscoa.
Ou o mesmo destino que os primeiros habitantes de Marte.
ResponderEliminarDesses, confesso, não sei nada, mas é plausível pensar que tenham existido e que tenham tido um destino desagradável.
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