Jenoe Dulovits, Dusty Street, Austria/Hungary, 1937 |
Vivemos siderados pela potência das máquinas e pela vertigem da velocidade, numa tentativa desesperada de eliminar o tempo. Ansiamos sempre por ir mais depressa. A exuberância do desejo, porém, oculta uma infelicidade insuportável, a de já não sermos capazes de nos enraizarmos num lugar e de nos deslocarmos segundo a lenta mobilidade que a biologia, humana ou animal, permite. A infelicidade de não sabermos como lidar com o tempo, de não sabermos abrirmo-nos à beatitude da lentidão.
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