Ana Hatherly, sem título, 1970 |
Devolvo ao chão a poeira
de vidro, os despojos
do copo bebido
até à última borra,
o ácido do vinagre
a encrespar a garganta,
o esquecimento a dilacerar
a carne do coração,
a morte como um instante
feito de luz e pólen
roubado à garrafa vazia,
ao bramido de uma rosa.
Agosto de 2022
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