Vila Cardílio |
Tão sentado
estás na erva verde
Incendiada, fremente como o pólen
De onde destila o tempo. Pelas vinhas
Sopra o Verão voraz, o cru cansaço.
Dos caminhos de sílica, dos fogos
De Outono, do calcário do teu ombro,
Nada resta. Enumeras as palavras,
Mas os dias apagaram-se p’ra ti.
Sombra na superfície das paredes,
Pelo chão derramada, sombra negra,
Tuas mãos o pão deixaram de alumiar.
No fulgor do horizonte, no caminho
Fumegante da vida, és terra, treva,
Ocaso doloroso, um fogo-fátuo…
2007
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.