Leopoldo Novoa, Brun a deux reliefs, 1970 |
Recolheu-se a ouvir. De tudo
quanto ouviu não ficou nada
Fernando Echevarría
De todos os limites que circunscrevem o poder dos homens, não haverá limite mais doloroso que o da memória. Cabe-lhe a árdua tarefa da conservação, o desígnio de trazer ao presente as palavras e os gestos havidos, o recordar o que foi dito, para que, perante o jogo das solicitações, se faça presença. A falência da memória é, porém, uma dor que liberta, é a criação de uma clareira para que o não dito e o não acontecido possam, sobre as cinzas do esquecimento, eclodir e trazer sobre o mundo a cintilação de uma nova luz.
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