Anónimo romano, A Poetisa |
Lucernas, vidros, ânforas, pedaços
De vida esquecidos entre malvas,
Na poeira do campo, na memória
Tragada pelo tempo, no silêncio
Bravio de tanta morte. Nesta casa,
Habitaram mulheres, e ferozes
Dedos delas fizeram doce e terna
Habitação. Que nome seria o seu?
Procuro-o na cerâmica dos dias,
No mármore das noites, no Inverno
Do teu rosto aceso e sem nome.
Na planície, sinistras mãos vazias
Erram entre o cascalho abandonado.
Cantam como os loucos cantar
sabem.
2007
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