Giotto di Bondone, La Traición de Judas, 1392-1305 |
A traição de Judas é o modelo arquetípico da traição entre amigos. Este tipo de traição é um sintoma de grande degradação moral. Entrega-se um amigo em troco de uma vantagem material ou outra. Se a ideia iluminista de um progresso moral da humanidade faz sentido, nesse progresso dever-se-á pensar que não mais será possível Judas trair Cristo. Ora, não apenas, entre os indivíduos, os amigos continuam a trair-se, como entre as comunidades políticas se assiste a trágicas traições. Por 30 dinheiros, isto é, por interesse, líderes moralmente repugnantes não têm pejo de entregar ao inimigo aqueles que durante décadas foram amigos e partilharam modos de vida e objectivos estratégicos e civilizacionais. Talvez para esses líderes a moral seja trair os amigos, se se imagina nisso uma vantagem pessoal. Têm a moral de Judas. Ver-se-á sem têm o seu destino. Isso não representaria um progresso moral, mas seria antes um efeito do velho mito da lei das compensações.
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