sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

O Silêncio da Terra Sombria (3)

António Areal, Opus II, n.º 78, 1963 (Gulbenkian)

A chama ateada do passado

rumoreja se chega o Verão,

uiva se perdida pela estrada.

 

Pela manhã, desenha-se

a raiva no ronco do dia,

o céu azul recoberto

de arbustos e aves e astros.

 

E as horas sorriem na sombra,

presas na pedra da memória,

presas na água de âmbar.

A boca seca de tanto salivar.

 

[1993]

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