sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Sondagens e destinos

A mais recente sondagem da Aximage para o Diário de Notícias coloca, pela primeira vez, o Chega como o partido com mais intenções de voto. Independentemente, do facto de as diferenças dos resultados do Chega, da AD e do PS estarem dentro da margem de erro, há três notas que vale a pena salientar.

1. A estratégia de Luís Montenegro de tentar roubar votos ao Chega através da adopção de políticas próximas da direita radical não está a dar os frutos esperados. Parece que as pessoas preferem o original, o radicalismo do Chega, ao simulacro, a conversão ao radicalismo identitário da AD. O problema da AD é que não sabe o que fazer. Se pende para o centro, o Chega rouba-lhe eleitores. Se se inclina para a direita radical, o Chega rouba-lhe eleitores. Pura impotência.

2. Impotente está também a esquerda. Toda somada vale cerca de 35%, o que continua a mostrar que está estagnada e incapaz de inverter o declínio que teve o seu marco decisivo nas últimas eleições. Apesar do ligeiro crescimento do PS de José Luís Carneiro e do Livre de Rui Tavares, não existe qualquer élan que permita perceber uma inversão do estado em que está a curto ou mesmo a médio prazo. Nem sabe por onde começar.

3. O Chega, apesar da completa impreparação do partido, a começar pelo tonitruante líder, tem todas as possibilidades de chegar ao poder. Os maiores disparates que Ventura possa dizer, as mentiras mais descarada que profira, não têm qualquer impacto negativo. Pelo contrário, acrescentam-lhe votos. Isto não é uma coisa inédita. Basta olhar para os EUA. Existe uma forte possibilidade de os portugueses copiarem os americanos. Está no espírito do tempo. E este parece atar os braços, as mãos e os neurónios aos partidos democráticos. A força do destino.

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