Não há nada como a distância. A 1,6 milhões de quilómetros a coisa tem este aspecto. A Terra, o nosso querido planeta, parece não passar do devaneio de um abstraccionista cansado, não sabendo já o que fazer com cores, formas e luz. Isto permitiria entrar pelo esconso caminho dos predicados divinos. Deus para além de ser o Grande Arquitecto, seria o Grande Escultor e, neste caso, apesar de exausto, seria ainda o Grande Pintor. Mas o tempo não está para especulações sobre os atributo de Deus. O que me interessa é a distância e a esta distância, as grandes encenações da política mundial , para não falar das paroquiais, desaparecem, bem como os nossos dramas e desejos pessoais. Aquilo que o tempo faz, se olhamos as coisas de perto a partir da nossa subjectividade, fá-lo de outra maneira, de uma forma objectiva, o espaço. Tudo o que nos diz respeito fica reduzido à sua real dimensão, isto é, a nada. Restam umas manchas azuis e brancas, numa forma redonda sobre um fundo negro e insondável. Bendita distância.
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