Pérez Villalta - La ilusión permanente (1975)
É quase impossível não falar da Grécia, mas não é isso que eu quero fazer, apesar de citar um excelente texto sobre o assunto da autoria de Dominique Strauss-Khan. O que me interessa, neste caso, é o título On learning from one mistake's (Aprender com os próprios erros). O que me interessa é a incapacidade das pessoas e das instituições em aprender com os próprios erros. Por vezes, reconhece-se o erro mas as práticas mantêm-se inalteradas. Uma das razões pode ser o facto de se estar perante um hábito contumaz ou de uma tradição, os quais se transformaram numa segunda natureza, petrificada e regulada por leis necessárias, quase como as da natureza.
Contudo a incapacidade de aprender com os próprios erros parecer radicar no orgulho da própria razão. Este orgulho, todavia, nasce de um medo. Mesmo quando a razão reconhece que errou ela fá-lo com reserva de consciência. Na verdade, não acredita mesmo que errou, pois a crença errada tornou-se a substância da própria razão, a sua verdadeira razão de ser, a sua identidade. O reconhecimento do erro, muitas vezes, não passa de uma tentativa de persistir no próprio erro, pois a razão sente-se ameaçada na sua própria natureza. Ela prefere a ilusão permanente, e persistirá no erro mesmo que desencadeie uma tragédia inominável.
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