Jeanloup Sieff - Queen, London, 1964
12. Abre com a mão
o portal do júbilo
Abre com a mão o
portal do júbilo,
o ritmo da palavra
no pó do poema.
Sobre o peito, a
cabeça inclinada,
um rio de sal no
vendaval dos versos.
O cabelo de chuva escorre
nos dedos,
água a arder na clareira
da boca.
Fogos de Verão cantam-te
nos lábios,
são larvas de luz
na sombra do vento.
Dedilho a relva
pura do teu corpo,
oiço o riso de
lume na prosa da noite.
Uma serpente
desliza em silêncio
e toca-te com o
seu hálito de erva.
(A Flor Precária, 1979)
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