Hoje a Alma Pátria faz uma incursão no fado de
natureza aristocrática. O fado desde há muito que conjuga duas fortes
raízes, a popular, de que é representante, por exemplo, Alfredo Marceneiro, e
a aristocrática, onde sobressai o nome de Maria Teresa de Noronha. Também
Teresa Tarouca possui uma ascendência aristocrática, bisneta dos
condes de Tarouca, e faz parte dessa fileira de fadistas. De certa
maneira, esta veia aristocrática presente no fado é uma consequência da própria
desagregação da aristocracia, a sua perda de poder e a sua irrelevância
enquanto casta social. Com a queda da monarquia, em 1910, os aristocratas foram
perdendo a aura. Nem o longo consulado de um monárquico, o professor Salazar, teve
capacidade de lhes devolver o antigo papel social. Tornaram-se pessoas como as
outras e cantam o fado como as outras. Aqui, Teresa Tarouca canta Saudade,
Silêncio e Sombra (letra de Nuno Lorena e música de Pedro Rodrigues), o que dá ao amor, o eterno tema do fado, uma tonalidade
sebastianista, tão ao gosto português.
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