Para este post do Alma
Pátria tinha pensado em mais um cantor de intervenção. Havia duas fileiras, digamos
assim, para fazer a opção. Uma era a dos que tiveram e têm um importante papel na
música popular portuguesa ainda hoje, gente como Sérgio Godinho ou José Mário Branco.
A segunda fileira é de homens a que o 25 de Abril não trouxe uma assinalável fortuna
na carreira das canções. Aqui poderia escolher entre Manuel Freire, José Jorge Letria,
José Barata-Moura e Francisco Fanhais. Optei pelo padre Fanhais. Este seu disco
marca uma época de advento de uma consciência crítica do regime dentro da própria
Igreja. Fanhais é um marco na cultura oposicionista surgida na parte final do
regime. Esta é a outra face da Alma Pátria, a do movimento dos baladeiros, gente
que cantava canções de intervenção social apenas acompanhados por uma viola, embora
a realidade desse grupo de cantores fosse um pouco mais complexa do que deixa entrever
a caricatura que o nome dado ao movimento representa.
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