Uma visita ao primeiro LP (Long-Play,
um disco de vinil de 33 rotações) de Fausto com o título de Fausto. Foi editado em 1970, na Holanda,
e parece estar muito mais perto da música que era feita por José Cid e o 1111
do que daquela feita por aqueles que, hoje em dia, são reconhecidos com companheiros de viagem
musical de Fausto. Refiro-me a Sérgio Godinho, José Mário Branco ou a José
Afonso. A sonoridade é moderna, mais próxima do pop-rock do que da música de
intervenção, embora se note alguma preocupação de descrição e comentário ao
ambiente social de então, o que se combinava com uma espécie de náusea
existencialista. Em 1970, o país era completamente fechado, mas na música
popular havia já claros movimentos de ruptura e de procura de novos ambientes,
que a própria Primavera marcelista, em fase de esvaziamento, não tinha
conseguido trazer. Faixa seleccionada, África, é uma súmula das preocupações
existenciais e, porventura, políticas do autor.
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