sábado, 30 de março de 2019

Contributo

Mordecai Ardon, Clown, 1958

Portugal tem resistido até ao momento ao aparecimento em força de grupos políticos ditos populistas. No entanto, parece que no bloco central – PS e PSD – se sente uma grande dor pela inexistência de organizações como o Vox espanhol, o partido da senhora Le Pen, em França, e os múltiplos congéneres que há por essa Europa fora. Doridos e desejosos do aparecimento da extrema-direita em Portugal, PS e PSD vão dando os passos necessários para que, mais dia menos dia, ela apareça. Veja-se esta história dos deputados-advogados. Aquilo que era um projecto para tornar a vida do parlamento mais transparente, criando incompatibilidades entre a função de deputado – fazedor de lei – e advogado ao serviço de interesses privados, acabou sem honra nem vergonha com a sujeição do parlamento aos interesses dos negócios. Isto não cria o lugar para a extrema-direita aparecer em Portugal, mas é mais um pequeno contributo do estimável bloco central. Depois, admirem-se que os descamisados se revoltem contra as elites.

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