Lee Miller, The veiled Eiffel Tower from the Palais de Chaillot. Winter 1944-45 |
A brancura poisa sobre a terra, inundando ruas e avenidas. A neve é sentida como uma graça. Os olhos extasiados fazem o corpo esquecer o frio, e a imaginação deixa-se contaminar por uma estranha beatitude, como se um mundo assim, tão branco e tão frio, fosse o lugar mais genuíno onde os seres humanos podem encontrar aquilo que há de mais fundamental na sua existência. A invernia surge à consciência como o tempo em que se manifestam as coisas autênticas, aquelas que não admitem ao homem tergiversar perante a realidade, para que a vida prossiga e triunfe, apesar da ameaça que, envolta em branca beleza, sobre ela se inclina.
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